Israel pode enfrentar um dos maiores abalos no cenário esportivo internacional. A participação da seleção israelense na Copa do Mundo do próximo ano estaria sob ameaça após pressão exercida pelo Catar sobre a UEFA. O país árabe, que é um dos principais patrocinadores da entidade europeia e mantém um contrato milionário de patrocínio com a Qatar Airways, estaria articulando uma votação emergencial para suspender Israel de todas as competições da federação. A movimentação acontece em meio à escalada da guerra em Gaza e a críticas crescentes à atuação militar israelense.
A Federação Israelense de Futebol nega que haja qualquer votação marcada, lembrando que a próxima reunião oficial da UEFA só deve ocorrer em 3 de dezembro. Mesmo assim, dirigentes admitem que trabalham intensamente para evitar qualquer decisão que afaste a equipe das competições. Segundo a imprensa local, contatos estão sendo feitos em diferentes frentes diplomáticas e esportivas para conquistar aliados. Alemanha e Hungria já se mostraram contrárias à ideia de suspender Israel, mas a pressão do Catar, com seu peso financeiro e político, preocupa os bastidores do futebol europeu.
O cenário é agravado pelo contexto geopolítico. Desde o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, que deixou mais de mil mortos em Israel, o governo de Benjamin Netanyahu intensificou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza. A resposta israelense resultou em milhares de mortos e deslocados, ampliando a crise humanitária. Nesse ambiente, países como França, Reino Unido, Canadá e Austrália anunciaram o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, um gesto histórico que aumentou o isolamento internacional de Israel e trouxe ainda mais tensão ao debate dentro da UEFA.
Além das movimentações políticas, personalidades do esporte também entraram na discussão. O ex-jogador francês Eric Cantona, ídolo do Manchester United, defendeu publicamente a suspensão de Israel, comparando a situação à exclusão da Rússia após a invasão da Ucrânia. Para ele, o futebol é mais do que esporte e deve ser usado como instrumento de pressão diplomática. Cantona argumentou que sanções semelhantes foram fundamentais no fim do regime do apartheid na África do Sul e pediu mobilização de atletas, clubes e torcedores contra a presença de Israel em competições internacionais.
Enquanto isso, a seleção comandada por Ran Ben Shimon segue em campo tentando se classificar para a Copa, atualmente em terceiro lugar no grupo, atrás da Itália pelo saldo de gols. No entanto, todo esforço dentro das quatro linhas pode se tornar irrelevante caso a UEFA ceda à pressão do Catar e leve a votação adiante. A disputa deixa claro que, mais uma vez, futebol e política caminham lado a lado, transformando o esporte em palco de uma crise global que vai muito além das competições.
23.09.2025 - 12:44 - Redação
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